Terceira fase do modernismo: autores, características e legado

Você já ouviu falar na geração de 1945? Essa fase marca um novo momento da literatura brasileira: mais reflexiva, mais elaborada e, ao mesmo tempo, mais universal. Ao contrário das fases anteriores do modernismo, os escritores desse período buscaram equilíbrio entre forma e conteúdo, propondo uma verdadeira renovação da linguagem literária.

Neste artigo, vamos mergulhar nesse universo, entender quem foram os autores mais marcantes da 3ª fase do modernismo, quais suas principais obras, características e como tudo isso pode aparecer no seu vestibular.

O que foi a terceira fase do modernismo e quando ela ocorreu?

A 3ª fase do modernismo, também conhecida como geração de 1945 ou modernismo tardio, teve início após a Segunda Guerra Mundial. Foi um período de grandes transformações sociais, políticas e culturais, tanto no Brasil quanto no mundo.

Esse novo contexto trouxe reflexões mais profundas sobre a existência humana, influenciado pelo pós-guerra, pela angústia moderna e por correntes filosóficas como o existencialismo. Assim, os escritores dessa terceira geração modernista abandonaram o tom explosivo das fases anteriores e adotaram uma postura mais racional, técnica e universalista, consolidando o movimento literário brasileiro como maduro e plural.

Como o contexto histórico influenciou os temas e estilos dessa fase?

A terceira fase do modernismo brasileiro nasceu em um período de profundas transformações no Brasil e no mundo. O fim da Segunda Guerra Mundial, os horrores revelados pelos campos de concentração, a ameaça constante da Guerra Fria, a corrida armamentista e as tensões políticas globais geraram um clima de incerteza e insegurança existencial. A humanidade, naquele momento, sentia o peso de suas próprias contradições — e a literatura não poderia passar imune a isso.

No Brasil, o período também foi marcado pela transição da ditadura do Estado Novo (1937–1945) para um cenário de redemocratização, acompanhado por um crescimento urbano acelerado e o início das desigualdades sociais estruturais que ainda persistem. Esse conjunto de fatores influenciou os escritores a produzirem uma literatura menos engajada politicamente no estilo panfletário da geração anterior, mas ainda profundamente crítica — só que agora de forma mais filosófica, psicológica e simbólica.

Assim, os temas existenciais e sociais ganharam destaque, refletindo uma sociedade que começava a se perguntar sobre o sentido da vida, da fé, da identidade e da liberdade. A influência do existencialismo europeu (como Jean-Paul Sartre e Albert Camus) ajudou a moldar protagonistas introspectivos, frequentemente angustiados e desencaixados do mundo ao redor — como vemos nos romances de Clarice Lispector ou nos sertanejos complexos de Guimarães Rosa.

A busca por um estilo mais técnico, racional e esteticamente preciso também é herança desse contexto. Não era mais o tempo da ruptura explosiva ou da denúncia explícita: os autores da geração de 45 apostaram em uma literatura sofisticada, com maior domínio formal, refletindo o desejo de equilíbrio e reconstrução em meio ao caos da história recente.

Por isso, a influência europeia e clássica se torna visível, seja na forma — como nos poemas metrificados e rigorosos de João Cabral de Melo Neto — seja no conteúdo, com personagens e narrativas que ecoam dilemas universais. A 3ª fase é, portanto, o reflexo de uma época em crise, mas também em busca de identidade, onde o Brasil procurava se afirmar como nação moderna e literariamente sólida diante do mundo.

Quais são as principais características da terceira fase do modernismo?

Diferente do experimentalismo radical da primeira geração ou do engajamento político da segunda, a terceira geração prezava por um estilo mais formal e equilibrado, com forte apuro estético. A busca por uma linguagem exata e densa levou à renovação da linguagem literária, sem deixar de lado a sensibilidade.

Entre os principais traços, destacam-se:

• A valorização da poesia pós-modernista com métrica e rima mais controladas;
  
• A presença de uma prosa contemporânea introspectiva, filosófica e psicológica;
  
• Temáticas ligadas a questões existenciais e sociais, como solidão, morte, fé, identidade e valores humanos;
  
• A influência de correntes estrangeiras, como o simbolismo europeu, o existencialismo francês e até mesmo elementos do classicismo, revelando a influência europeia e clássica;
  
• A fusão entre o regional e o universal, em uma proposta de regionalismo universal;
  
• A presença do romance intimista, que revela o mundo interior das personagens;
  
• Uma literatura engajada, mas mais voltada à reflexão que à militância direta.

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Quem foram os principais autores da terceira fase do modernismo?

A riqueza dessa fase se revela nos nomes que a compõem. Veja abaixo os autores da geração de 45 que você precisa conhecer:

• João Cabral de Melo Neto – Um dos maiores poetas brasileiros, conhecido por sua precisão formal e racionalidade. Obra-chave: Morte e Vida Severina.
  
• Clarice Lispector – Referência em romance intimista, com uma escrita subjetiva e filosófica. Obra-chave: A Hora da Estrela.
  
• Guimarães Rosa – Criador de uma linguagem única, misturando erudição e regionalismo. Obra-chave: Grande Sertão: Veredas.
  
• Lygia Fagundes Telles – Voz feminina potente da prosa psicológica. Obra-chave: As Meninas.
  
• Ariano Suassuna – Misturava o erudito com a cultura popular nordestina. Obra-chave: Auto da Compadecida.

Murilo Mendes, Adonias Filho, Autran Dourado, Herberto Sales, Cornélio Penna, Otto Lara Resende, Nelson Rodrigues, Erico Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade (já ativo anteriormente, mas ainda influente), e Rubem Braga (mestre da crônica moderna) também são vozes fundamentais desse momento.

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Quais obras representam melhor essa fase literária?

Para se preparar bem para o vestibular, é essencial ter familiaridade com as obras da terceira fase. Algumas são cobradas diretamente, outras ajudam na interpretação de questões com temas contemporâneos:

• Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa
  
• A Maçã no Escuro – Clarice Lispector
  
• Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto
  
• Auto da Compadecida – Ariano Suassuna
  
• As Meninas – Lygia Fagundes Telles
  

Além disso, textos curtos como as crônicas de Rubem Braga e os contos de Nelson Rodrigues também representam bem a prosa contemporânea e suas nuances.

Qual é o legado da 3ª fase do modernismo na literatura brasileira?

O legado do modernismo da geração de 45 é inegável: consolidou a literatura brasileira como moderna, madura e reconhecida internacionalmente. A fase deixou como herança:

• A sofisticação estética da poesia pós-modernista;
  
• O avanço da literatura engajada, agora em tom mais introspectivo e filosófico;
  
• A mistura de elementos regionais e universais, característica do regionalismo universal;
  
• O desenvolvimento do romance intimista, que abriu caminho para autoras e autores contemporâneos.

Como esse tema costuma cair nos vestibulares?

Nos vestibulares, é comum que o tema apareça de duas formas:

1. Cobrança direta de autores e obras (especialmente Guimarães Rosa, Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto);
   
2. Interpretação textual com base em características da geração de 1945.

📌 Dica de ouro: Fique atento às diferenças entre as gerações do modernismo e à forma como a terceira fase equilibra forma e conteúdo. Saber identificar o estilo já é meio caminho andado!

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Quais autores da 3ª fase não podem faltar no seu cronograma de estudos?

Se o tempo estiver curto, priorize:

• João Cabral de Melo Neto – linguagem objetiva e crítica social;
• Clarice Lispector – introspecção, subjetividade e linguagem experimental;
• Guimarães Rosa – regionalismo universal e neologismos;
• Lygia Fagundes Telles – conflitos femininos e psicológicos;
• Ariano Suassuna – síntese da cultura nordestina e universalidade;

📝 Dica: Monte um quadro comparativo com as obras principais, temas centrais e estilos de cada autor para facilitar a memorização.

Qual a diferença entre as três fases do modernismo?

Para não confundir:

Fase	Período	Características	Autores principais
1ª Fase	1922–1930	Ruptura, experimentalismo, nacionalismo	Mário de Andrade, Oswald de Andrade
2ª Fase	1930–1945	Realismo social, engajamento político	Jorge Amado, Graciliano Ramos
3ª Fase	Pós-1945	Estilo mais elaborado, introspecção	Guimarães Rosa, Clarice Lispector, João Cabral

Por que estudar a 3ª fase do modernismo é essencial para o vestibular?

Além de ser um dos conteúdos mais cobrados, essa fase literária oferece repertório sociocultural riquíssimo para redação e interpretação de texto.

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