Sociólogo brasileiro tem grandes chances de cair no exame
A sociologia é umas das muitas matérias que caem no ENEM. Para se preparar para esse tipo de prova, o prof. Braian deu algumas dicas do que revisar antes do exame.
De acordo com ele, você deve dar uma olhada principalmente nos sociólogos brasileiros. Diferente do que se imagina, Marx, Weber e outros pensadores europeus aparecem com tanta frequência quanto Sérgio Buarque de Holanda e companhia.
Por isso, hoje vamos fazer um resumão sobre Roberto DaMatta. Ele é um sociólogo, antropólogo e cientista social ativo na Unicamp.
No começo de seus estudos, sua pesquisa procurava entender as populações indígenas. Depois de um tempo, ele acabou migrando de foco e passou a estudar a sociedade brasileira, em geral.
Identidade Nacional
De acordo com DaMatta, a sociedade brasileira possui algumas características muito fortes que constituem a sua “Identidade Nacional”. São algumas delas:
O carnaval, apesar de fazer parte de outras culturas, é socialmente muito importante para o nosso povo.
O mesmo acontece com o nosso futebol. Aqui, esse esporte acaba funcionando como uma ferramenta para sociabilizar. Ou seja, as pessoas aprendem a lidar com a vitória e derrota de forma coletiva.
Ele chama atenção também para a nossa alimentação, pois existem muitas características e sutilezas que envolvem nossas comidas típicas.
Outro ponto importante que constitui a nossa identidade nacional é o modo como reagíamos à morte. A nossa sociedade atribui um peso grande para os entes queridos quando eles se vão.
Quando DaMatta fala sobre os jogos, ele está se referindo, mais especificamente, aos jogos de azar: jogo do bicho, bingo e etc.
Por fim, ele destaca a malandragem – uma característica peculiar brasileira.
Dilema brasileiro
O sociólogo brasileiro destaca que existem dilemas na nossa cultura, pois contamos com dois pontos contraditório:
Por um lado, temos o respeito à lei. Nossa sociedade percebeu que só podemos ser um país democrático, igualitário e justo com o cumprimento das leis. Por outro, temos aquele jeitinho que damos para conseguir as nossas coisas – só que a partir desse momento, nós deixamos de ser igualitários e passamos a estabelecer uma certa hierarquia.
Essa é a contradição: cobrar o cumprimento das leis, mas sempre procurar se favorecer com vantagens. Vamos te mostrar um exemplo para você entender como é isso na prática.
Durante uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro, em 2011, um carro sem placa foi parado para averiguação. O motorista estava sem os documentos do veículo e sem a sua carteira de habilitação.
A agente de trânsito, Luciana Silva Tamburini, tentou apreender o carro diante da irregularidade, mas o motorista se apresentou como juiz da esfera criminal do Rio de Janeiro. Quando a agente informou que ela levaria o carro mesmo assim, ela disse “Juiz não é Deus”.
Adivinhem o que aconteceu? O juiz continuou com seu carro e deu voz de prisão a ela. No final das contas, ela teve que pagar uma indenização por danos morais.
Isto pode acontecer no Brasil: pessoas mais influentes (política e economicamente) conseguem burlar a legislação e quem tenta aplicar a lei pode sair como o errado da história.
Roberto DaMatta vai estudar a fundo uma expressão que é fácil de se ouvir por aí e ilustra bem o contexto acima. Ele vai procurar entender o que acontece quando o brasileiro diz: “Você sabe com quem você está falando?”.
Casa & Rua
Quando o DaMatta comenta sobre os conceitos “Casa” e “Rua”, ele não está se mencionando apenas o local físico. Nesse momento, ele está se referindo a todo o espaço social.
Nesses ambientes, temos posturas diferentes e somos regidos por uma moral distinta.
Casa
A Casa costuma ser um ambiente de intimidade.
Podemos pensar nela como local privado (mais comum) ou como um local público – quando dizemos que o Brasil é nossa casa, estamos ampliando esse conceito na esfera pública, por exemplo.
Como dissemos acima, o lar não é apenas um espaço físico, ele é o local que oferece proteção e acolhimento.
Expressão que evidencia isso: “Sinta-se em casa”
Rua
A Rua é um espaço da impessoalidade.
Representando o oposto da Casa, a Rua é um local que não nos sentimos acolhidos e confortáveis. Na verdade, a Rua é considerada um ambiente perigoso.
Expressão que evidencia tudo isso: “Vá para a Rua da Amargura”
Mudança de comportamento
Um ponto muito curioso é que nós mudamos de atitude dependendo do local que estivermos.
Quando estamos em casa, nós ficamos mais à vontade. Já na rua, a nossa postura muda. As roupas seguem o mesmo raciocínio, em casa podemos nos vestir como quisermos – na rua não é bem assim que funciona.
Em casa, nós conversamos sobre assuntos mais íntimos e reservados. Porém, na rua, nós conversamos sobre coisas mais genéricas. Isso tudo acontece porque na rua nós temos uma imagem a zelar.
Por fim, o sociólogo comenta que apesar da casa ser um local mais hierarquizado e a rua mais igualitária, as atitudes mostram justamente o inverso – limpamos a nossa casa, mas não temos problema em sujar as nossas ruas.
Ficou com alguma dúvida? Veja esses e outros detalhes na aula.
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