ENEM: tudo sobre Darcy Ribeiro
Textos do sociólogo podem aparecer na prova deste ano
Foto: reprodução/divulgação
Darcy Ribeiro é um dos grandes sociólogos brasileiros que tem tudo para cair no ENEM. Em sua juventude, começou a faculdade de Medicina e, anos depois, abandonou para cursar Ciências Sociais. Ele foi um importante intelectual, antropólogo, escritor, político e educador.
“Darcy tem uma postura política muito forte. A partir dos estudos da antropologia, ele vai notar as relações de poder do Brasil – sobretudo em relação aos índios e negros”, explica o professor Braian.
Ele percebe que a formação da nossa sociedade é marcada por conflitos, de modo que quem vence geralmente são as classes dominantes. Dois exemplos disso, lembrado pelo professor, são os massacres indígenas e o fato dos negros, mesmo depois de alforriados, ainda serem inferiorizados.
Darcy Ribeiro também se dedicou muito a educação do Brasil, tanto na participação política, quanto atuando no meio acadêmico. Chegou a fundar a UnB, Universidade de Brasília, e contribuiu para a implementação da UENF, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.
O antropólogo estudou muito a nossa crise educacional. “Acho que é um tema muito atual em 2016: a crise e a reforma da educação”, comenta o professor. Existe uma frase muito famosa de Darcy Ribeiro que diz “A crise da educação do Brasil não é uma crise, é um projeto”.
“Não é que o Brasil está passando por alguns problemas na educação. Não é que a educação brasileira está mal estruturada ou que exista um descaso com ele. É muito pior que isso. Ela é consciente, proposital e calculada”, explica prof. Braian.
De acordo com o professor, Darcy Ribeiro defende que todos os problemas que existem com a educação são feitos de propósito, muito bem arquitetado, para que a educação no Brasil não avance e sempre tenha problemas.
– Então pode aparecer algum texto dele no ENEM relacionado à educação?
Sim! Ele pode ser citado nos temas: política, educação e antropologia.
O professor explica que tudo é interligado. “Ele vai ver que existe uma rede de interesses (que é político), com problema cultural em relação a povos indígenas e negros, por exemplo (que é ético). Como é possível manter uma dominação contra esses povos? Sucateando a educação”, conclui Braian.