Imperialismo na África: o que foi, causas e mais!
A África sempre teve uma história conturbada, mas você sabia que um dos períodos mais importantes para entender esse panorama tenso foi o Imperialismo? O Imperialismo na África foi um marco histórico.
Se você quiser tirar aquela nota no Enem, não pode deixar de conhecer todas as características e fatores que causaram este cenário. Vem com a gente!
O que foi o Imperialismo na África?
Entre os séculos XV e XVII, as grandes navegações europeias, no caso, Portugal e Espanha, dominaram o continente africano em um período que ficou conhecido como Colonialismo. Com o passar do tempo, mais países começaram a explorar a África e aos poucos, a partir do século XIX, o modelo colonial começa a se extinguir e dar espaço ao modelo conhecido como imperialista.
Essa mudança ocorreu porque conforme os países europeus se desenvolviam e entravam na era da Revolução Industrial, cada vez mais se faziam necessárias a procura por matéria-prima e por mercados consumidores para sanar o tipo de economia que tomava forma.
Por isso, a estrutura colonial que ainda existia, que basicamente se resumia ao mercado negreiro, começou a ruir e, com esse declínio do modelo econômico vigente até então, novas possibilidades surgiram e assim a Europa decidiu aproveitar ainda mais do território africano.
Foi então que os países europeus decidiram sair da exploração costeira e invadir o interior do continente, fazendo uma divisão de terras entre si e usufruindo das riquezas naturais do país. É a partir do século XIX que se inicia o período do Imperialismo na África.
História do Imperialismo na África
Com as atenções voltadas para a exploração de matérias-primas como diamante, ouro e cobre o continente africano se viu ainda mais refém dos domínios de estrangeiros. E como antes, no período colonial, estava submisso principalmente a Portugal e Espanha, a partir do período do Imperialismo o continente se viu refém de mais países como a França e a Grã-Bretanha.
O primeiro desses “novos” países a correrem atrás de domínios africanos foi a França, que se estabeleceu, a princípio na Argélia no período entre 1830 e 1857, estendendo seus domínios rapidamente para outras regiões como a África Ocidental, África Equatorial e Tunísia.
Um dos principais atos do Imperialismo na África pelos britânicos foi a conquista do Egito e por consequência do Canal de Suez. O Canal de Suez era de extrema importância estratégica, pois conectava a Europa com as rotas asiáticas devido à ligação que fazia do Mar Mediterrâneo com o Mar Vermelho.
No final do período de grande exploração que foi o século XIX, entraram para a corrida exploratória Alemanha e Itália, aumentando o volume do imperialismo. Os alemães correram atrás dos territórios Ruanda-Burundi e Tanganica, formando assim a região da África Oriental Alemã.
Já em Camarões, Togo e Namíbia, o lado dominante foi o lado oriental alemão. Por parte da Itália, os domínios imperialistas foram os do litoral líbio, da Eritreia e da Somália.
Imperialismo na Ásia
No mesmo período que a Europa tornou o seu olhar ganancioso para a África, outro continente que pareceu apetitoso foi a Ásia. A mesma ideia vigorava, exploração territorial e domínio para extração de matérias-primas.
Só que um dos resultados de um dos maiores conflitos gerados pelo homem surgiu do Imperialismo na Ásia. A Primeira Guerra Mundial foi uma das consequências dos conflitos gerados pelas brigas territoriais no continente.
Tendo maior destaque para a Índia, que teve seus domínios arrendados pela Inglaterra, diversas áreas territoriais do continente se viram reféns dos colonizadores europeus e ainda de exploradores americanos. Os Estados Unidos investiram forte na busca por domínios na região.
Ações imperialistas na África
Uma das principais características da exploração africana no período imperialista era o crescimento do Eurocentrismo. E esse Eurocentrismo se definia por meio da força dos colonizadores que obrigavam os nativos a adotarem aspectos europeus, como cultura e religião características da Europa.
Esses atos forçosos só eram possíveis graças à violência utilizada durante o período de exploração do Imperialismo na África. Os europeus tinham mais poder de fogo e coagiam a população africana de diversas maneiras, seja a assumirem os mantos religiosos e culturais, assim como os ideais de consumo impostos pelos colonizadores.
Parte das ações imperialistas foi a divisão territorial. Todas as ações nunca trouxeram benefícios para os nativos do continente, pelo contrário, sempre causaram dor e guerras, já que não se respeitou nenhuma tribo durante o processo de divisão, o que fez com que tribos rivais passassem a dividir o mesmo território.
E claro, além das divisões territoriais, outro motivo para o sofrimento do povo africano foi a exploração de recursos naturais que devastaram o país.
Imperialismo e neocolonialismo na África
O neocolonialismo foi o princípio do Imperialismo na África. A ideia de expansão da costa africana para todo o continente foi pensada de forma estratégica, mas justificada de maneira racista.
A ideia que vigorava para explicar esse novo modelo exploratório se fundamentava na lógica de que o povo africano era incapaz de conseguir atingir o progresso por si mesmo, e por isso precisava do “auxílio” europeu.
Claro que eventualmente, usando esse fundamento, a Europa acabou explorando e dominando cada vez mais a região culminando no Imperialismo.
Consequências do Imperialismo na África
Até hoje há marcas desse período no continente africano, por causa dos conflitos causados pelas colônias europeias. A imposição de cultura e crenças e a dominação do homem branco sobre o negro deixaram cicatrizes no tecido africano.
Tensões raciais até hoje são comuns, brigas armadas e tráfico humano continuam a ocorrer. O continente é extremamente heterogêneo, com países vizinhos que sequer falam a mesma língua.
A pobreza é extensa e por ter sido um país explorado por tanto tempo e de forma tão violenta até hoje se encontra no patamar do subdesenvolvimento. Não há riquezas sociais, doenças se espalham facilmente, violência é comum e as pessoas em sua maioria não são educadas.
O Imperialismo na África é o retrato de um sistema cruel e indiferente.
Exercícios sobre o Imperialismo na África e na Ásia
Exercício 1 (UDESC 2008)
No decorrer do século XIX, as grandes potências europeias lançaram-se à conquista colonial da África e da Ásia. Sobre a ocupação da África e suas conseqüências, é incorreto afirmar:
a) A violência em que se deu a colonização provocou grandes distorções nas estruturas econômicas, sociais e culturais dos territórios dominados. Intrigas entre etnias foram estimuladas e antigos reinos destruídos, vencidos pela superioridade militar dos colonizadores.
b) Os europeus demarcaram fronteiras, confiscaram terras, forçaram grupos nômades a fixar-se em territórios específicos. Em conseqüência disso, os Estados africanos atuais, na sua maioria, não têm a mesma unidade cultural, linguística e social.
c) A ocupação do território africano destruiu estruturas tradicionais; a economia comunitária ou de subsistência foi totalmente desorganizada pela introdução de cultivos e outras atividades destinadas a atender exclusivamente às necessidades das metrópoles.
d) A ocupação europeia beneficiou o continente africano, pois possibilitou a inserção da África na economia capitalista mundial. Antes da colonização europeia, a economia africana restringia-se a suprir as necessidades básicas de sua população; assim, os africanos viviam sob condições de vida bastante atrasadas.
e) A ocupação das colônias criou sérios problemas (muitos ainda não resolvidos, mesmo na atualidade). Pode-se dizer que muitos dos conflitos étnicos que existem hoje na região são conseqüências da dominação colonial da África.
A questão D é claramente a incorreta, pois foca em uma inverdade clara, a de que o Imperialismo na África beneficiou o continente. Pelo contrário, só o que trouxe foram problemas, pobreza, conflitos e em nenhum momento a colonização foi benéfica para o país, o utilizando como simples base de exploração.
Exercício 2 (PUC-Rio)
Assinale a alternativa correta a respeito da expansão imperialista na Ásia e na África, na segunda metade do século XIX.
a) Ela derivou da necessidade de substituir os mercados dos novos países americanos, uma vez que a constituição de Estados nacionais foi acompanhada de políticas protecionistas.
b) Ela foi motivada pela busca de novas fontes de matérias-primas e de novos mercados consumidores, fundamentais para a expansão capitalista dos países europeus.
c) Ela foi consequência direta da formação do Segundo Império alemão e da ampliação de suas rivalidades em relação ao governo da França.
d) Ela atendeu, primordialmente, às necessidades da expansão demográfica em diversos países europeus, decorrente de políticas médicas preventivas e programas de saneamento básico.
e) Ela viabilizou a integração econômica mundial, favorecendo a circulação de riquezas, tecnologia e conhecimentos entre povos e regiões envolvidos.
A alternativa correta é a letra B, pois chama atenção para o fato de que o principal objetivo da partilha da África foi a exploração de suas matérias-primas que ajudaram na expansão dos países na corrida para a revolução industrial.
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