Era Vargas: tudo sobre esse importante momento
Estudar a História do Brasil é um desafio para muita gente. No entanto, nosso conselho é: insista nesse estudo. Além de ser fundamental para o vestibular, que costuma cobrar muitos conteúdos sobre a nossa trajetória como nação, é muito importante sabermos o caminho percorrido para chegarmos até aqui!
Além disso, não há como negar: a história brasileira é muito legal! Há muitas reviravoltas, confusões e, claro, personagens emblemáticos e inesquecíveis. Um bom exemplo é Getúlio Vargas, que realmente “saiu da vida para entrar na História”.
Quer saber mais sobre essa figura histórica e descobrir como é cobrado o tema Era Vargas no Enem? Então, continue a leitura e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto!
Quem foi Getúlio Vargas?
Foi um advogado brasileiro, nascido no Rio Grande do Sul, e responsável pelo governo mais longo de toda a história brasileira.
O que foi a Era Vargas?
A Era Vargas foi um importante período da história brasileira. Ele aconteceu entre os anos de 1930 e 1945. O governo populista de Getúlio Vargas foi dividido em três fases: Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo.
Mas, afinal, quais foram os antecedentes desse período?
A história começa com a insatisfação de certas esferas brasileiras com a República das Oligarquias – que seguia o modelo político “Café com Leite” — e com a revolta popular ocorrida em 1930.
Inserido nesse contexto, Getúlio Vargas derruba o presidente Washington Luiz e assume o poder no ano de 1930.
O tema sobre a Era Vargas é frequentemente abordado no Enem e principais vestibulares do Brasil, portanto, não pode ficar de fora dos seus estudos. Continue a leitura para saber mais sobre a Era Vargas e fique fera no assunto!
Quais são os períodos da Era Vargas?
Para fins didáticos, a Era Vargas é dividida em períodos distintos. A seguir, saberemos mais sobre cada um deles!
Era Vargas: Governo Provisório (1930-1934)
Assim que Vargas assume o poder com a Revolução de 1930, apoiado pelo movimento tenentista, ele suspende a Constituição de 1891, substitui os Governadores do Estado por Interventores Federais (pessoas de sua confiança) e cria as leis trabalhistas — com carteira de trabalho, descanso semanal e férias remuneradas, por exemplo. Tudo isso marca o Governo Provisório.
Em meio a tudo isso, São Paulo fica muito insatisfeita, pois havia perdido a condição de protagonista no cenário político nacional. Desta forma, acontece a Revolução Constitucional de 1932. Nesse movimento, os paulistas reivindicavam a criação de uma nova Constituição, queriam um interventor civil e eleições para presidente.
Depois de três meses de luta dos paulistas contra o Governo Federal, o resultado foi a vitória de Vargas. São Paulo não consegue conquistar o poder, mas ganha um Interventor Civil e Paulista — Armando Sales de Oliveira —, e Vargas promete eleições para 1934.
A recém-formada Assembleia Constituinte vai aprovar uma nova Constituição em 1934, com direito a voto secreto, voto feminino, regulamentação das leis trabalhistas, escolas primárias gratuitas, deputados classistas, justiça eleitoral e do trabalho.
Era Vargas: Governo Constitucional (1934-1937)
Nesse ano (1934), começa a fase do Governo Constitucional, com a eleição de Vargas para presidente — vale lembrar que essa eleição foi indireta. Esse momento foi marcado por uma forte polarização ideológica.
No Brasil, tínhamos a “esquerda”, composta pelos estudantes e pela ANL — Aliança Nacional Libertadora, liderada por Júlio Prestes. Eles queriam a reforma agrária, a nacionalização das empresas estrangeiras, a suspensão imediata do pagamento da dívida externa, a aliança com a URSS e a instauração de um governo popular socialista.
Do outro lado, a extrema direita, composta pela AIB — Ação Integralista Brasileira — liderada pelo jornalista Plínio Salgado, de clara inspiração fascista, defendia o partido único e o estado totalitário, com o culto à personalidade do líder.
Eis que acontece a Intentona Comunista, em 1935 — uma tentativa, sem sucesso, de instaurar o socialismo no Brasil. Não deu certo principalmente porque não teve o apoio dos proletários. Em resposta, Vargas decreta o “Estado de Sítio”, suspendendo os direitos constitucionais.
Em 1937, as autoridades divulgam a existência do Plano Cohen, supostamente um plano revolucionário comunista que previa saques, greves, manifestações e ataques às autoridades. O governo anuncia essa “ameaça comunista” e, “em nome da segurança nacional”, Vargas dá um golpe. Ele estabelece a ditadura do Estado Novo.
Era Vargas: Estado Novo (1937-1945)
Nessa fase do governo de Getúlio Vargas, ele fecha todo o legislativo e suspende as eleições presidenciais marcadas para 1938. Foi o período mais autoritário e mais ditatorial da Era Vargas.
Existem algumas características importantes do Estado Novo. Por exemplo, o populismo. Vargas, por meio de propagandas muito eficientes, ficou conhecido como o “pai dos pobres”. Outro ponto importante desse governo foi o peleguismo. Nesse momento, o sindicalismo foi controlado pelo Estado, perdendo sua autonomia.
Ainda em 1937, uma nova Constituição é imposta — apelidada de “A Polaca”. Ela tem forte inspiração fascista e dá amplos poderes ao presidente: o mandato passa a ter duração de 6 anos com direito a reeleição, por exemplo.
Essa constituição tem também os “decretos-lei”. Agora, o poder executivo é quem cria as leis, já que o legislativo está fechado. Todos os partidos políticos são extintos, e o Estado passa a intervir na economia.
Com isso tudo, Vargas desenvolve a indústria de base. Destaca-se a criação da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e a Companhia Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.
Por fim, o último ponto importante do Estado Novo foi a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Vargas chegou a negociar tanto com os Estados Unidos quanto com a Alemanha para ver quem disponibilizaria mais recursos em troca de seu apoio.
Ele decide ajudar os Estados Unidos, que lutavam contra o regime nazifascista. Com base nessa atitude de Getúlio Vargas, houve uma grande mobilização interna e externa para o país se redemocratizar e acabar com a ditadura em que vivia.
Era Vargas no Enem e vestibulares: como é cobrado?
Vamos praticar um pouco o que você aprendeu? Confira estas 3 questões sobre a Era Vargas. Você pode encontrar o gabarito abaixo do último exercício, ok?
1. UNEMAT 2012
O Governo de Getúlio Vargas, o Estado Novo, fez-se presente em Mato Grosso, com a interventoria de:
a) Cândido Mariano da Silva Rondon, que, com o sucesso das linhas telegráficas, foi nomeado interventor, prosseguindo com a implantação da rede de telégrafo de Mato Grosso ao Amazonas.
b) Antônio Paes de Barros, que desencadeou ferrenha perseguição a Generoso Ponce. Foi importante na divulgação de Mato Grosso, levando para a Exposição Internacional de Saint Louis os principais produtos agrícolas do Estado.
c) Júlio Strubing Muller, que, durante o seu governo, realizou muitas obras, como a modernização urbana de Cuiabá, a residência dos governadores, o Cine Teatro Cuiabá, o clube feminino e o Grande Hotel.
d) Pedro Celestino Corrêa da Costa, que foi responsável pela construção do Palácio da Instrução, prédio de arquitetura monumental construído para demonstrar o pensamento republicano para com a educação.
e) D. Francisco de Aquino Corrêa, bispo de Cuiabá, que foi escolhido para o governo, pois era considerado como uma personalidade neutra, que seria capaz de instaurar a paz e diminuir as rivalidades e violência entre os grupos políticos oponentes.
2. UNB 2013
No Brasil, o Estado Novo, implantado por Getúlio Vargas em 1937, não passou de um arremedo do regime fascista italiano, adaptado à mentalidade coronelística dos setores dominantes. Antiliberal e antidemocrático, o governo manteve os partidos políticos afastados do centro das decisões políticas.
Os sindicatos e as organizações de trabalhadores ficaram atrelados ao Estado, cujo condutor-chefe era o próprio Getúlio Vargas, o “pai dos pobres”. Ele chegou ao poder nesse contexto de afirmação e conflitos de Estados-nação com ideologias nacionalistas radicais, sobretudo Estados-nação de origem recente, como a Itália e a Alemanha, unificados somente na segunda metade do século XIX.
Em tal contexto, redefiniam-se o próprio capitalismo e as democracias liberais, e o “socialismo real” se enraizava na União Soviética. O desfecho tornara-se inevitável: como a opção varguista, estribada no regime ditatorial, voltara-se para as potências do Eixo, as oposições liberal-democratas e de esquerda uniram-se e, em 1945, puseram fim ao Estado Novo.
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: Senac, 2008. p. 651.
Com relação ao desfecho do Estado Novo e aos argumentos apontados no texto, assinale a opção correta.
a) internamente, o regime ditatorial de Vargas apoiava-se, entre outros expedientes, em forte esquema de censura e de propaganda de apologia do regime vigente.
b) foram impostas sanções internacionais ao Brasil, devido a seu alinhamento às potências do Eixo — Alemanha, Itália e Japão — até o final da Segunda Guerra.
c) impossibilitadas de formar partidos políticos, a oposição liberal-democrata e a de esquerda organizaram-se clandestinamente em um bloco coeso e derrubaram o ditador Vargas em outubro de 1945.
d. na tentativa de angariar a simpatia popular, Getúlio Vargas lançou, após sua deposição, a campanha queremista, cujo lema era “Queremos Getúlio”.
3- ENEM PPL 2013
Discurso de posse de Getúlio Vargas como chefe do governo provisório, pronunciado em 03 de novembro de 1930.
O trabalho de recomposição que nos espera não admite medidas contemporizadoras. Implica o reajustamento social e econômico de todos os rumos até aqui seguidos. Comecemos por desmontar a máquina do favoritismo parasitário, com toda sua descendência espúria.
FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).
Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930, Getúlio Vargas estabelece uma crítica ao
- a. funcionamento regular dos partidos políticos.
- b. controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
- c. centralismo presente na Constituição então em vigor.
- d. mecanismo jurídico que impedia as fraudes eleitorais.
- e. imobilismo popular nos processos político-eleitorais.
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RESPOSTAS
- Questão 1: C
- Questão 2: A
- Questão 3: B
Porque é importante estudar a Era Vargas?
O tema Era Vargas é um dos mais recorrentes em questões sobre a História do Brasil no Enem. Isso também é válido para outros vestibulares, como a Fuvest e a Vunesp. Ou seja: é um assunto que não pode ser deixado de fora do seu cronograma de estudos para que você saiba como resolver as questões abordadas!
A sua relevância está não só relacionada à extensão do governo, mas também à sua interdisciplinaridade. É possível relacionar a Era Vargas com assuntos como:
- socialismo;
- Segunda Guerra Mundial;
- industrialização;
- populismo;
- totalitarismo;
- intolerância política e muito mais.
Por isso, esse é um bom tema também para a sua redação, já que é possível estabelecer uma relação entre ele e assuntos que fazem parte do nosso dia a dia atualmente. É uma citação e tanto para enriquecer o seu texto!
Como estudar a Era Vargas?
Veja, agora, dicas para arrasar nos estudos sobre a Era Vargas para os vestibulares:
- faça bons resumos, incluindo mapas mentais;
- estude a teoria a partir de diferentes métodos, como videoaulas;
- veja outros materiais sobre o tema, como filmes, livros e documentários;
- faça exercícios e revisões frequentes.
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