República Velha: Resumo, Características e Definição
A história do Brasil é marcada por diversos períodos bastante característicos. Um deles, sem dúvidas, é a República Velha, época delimitada pela proclamação da república brasileira, em 1889, e pelo início da Era Vargas, em 1930.
Contudo, afinal, o que é exatamente esse período? Quais são as características mais marcantes dessa época? A seguir, discutiremos os principais aspectos da República Velha para que você mande super bem em suas provas. Boa leitura!!!
O que foi a República Velha?
Como sabemos, o Brasil não nasceu uma República. Nosso país teve uma história conturbada, que passou pelos períodos Colonial e também por um longo Império, dividido em duas etapas: o Primeiro Império, conduzido por D. Pedro I, e o Segundo Império, guiado por D. Pedro II.
O fim do reinado de D. Pedro II deu origem a uma nova etapa da história brasileira: a República. Também conhecida como República das Espadas (1889-1894) e República Oligárquica (1895-1930), esse primeiro período não deixou em nada a desejar aos anteriores em relação aos conflitos e instabilidades vividas no país.
Nos próximos tópicos, discutiremos melhor quais foram os acontecimentos da República Velha, discutindo também os seus principais conflitos, causas e consequências. Vamos lá?
República Velha: resumo
Assim como ocorreu em outros períodos de nossa história, a transição do Império para a República se deu de modo bastante passivo em relação à movimentação popular. As camadas mais simples da população tiveram pouca ou nenhuma participação no contexto histórico da época, que foi muito mais comandado pelas elites, como a burguesia, o exército e os grandes latifundiários.
O período republicano começou por meio de um golpe militar, que culminou com a proclamação da República em 15 de novembro de 1889. Esse fato foi facilitado por uma série de fatores, entre eles o apoio das camadas mais altas da sociedade, que se encontravam descontentes com o governo de D. Pedro II.
A primeira delas foi a indisposição do imperador com a grande elite cafeeira, especialmente com os cafeicultores do Oeste Paulista. As crises com a mão de obra escrava, os altos impostos cobrados e a dificuldade de diálogo com a Coroa deixavam os produtores de café infelizes com o governo.
Depois, podemos citar o Exército como um fator fundamental para a aplicação do golpe graças aos problemas desse grupo com o Império por uma série de fatores. Entre eles, podemos citar a questão da escravidão e o fortalecimento da Guarda Nacional.
A Igreja também foi uma grande contribuinte para o fim do Império, no evento conhecido como Questão Religiosa. Em síntese, esse episódio corresponde ao momento em que D. Pedro II rejeitou uma exigência do Papa, que determinava a excomungação de todos os membros da maçonaria. Ele mesmo, no entanto, fazia parte desse grupo e ignorou a recomendação.
Por fim, outro ponto importante para a ingovernabilidade do imperador. A herdeira direta de D. Pedro II, Isabel, era casada com um conde francês, algo que não agradava em nada as elites. Além disso, ela era uma mulher, o que tornava a situação ainda mais desagradável para esses grupos.
Com o golpe, foi instituído o modelo presidencialista e federativo, baseado nas ideias de Auguste Comte, importante nome do Positivismo. Houve, em seguida, a separação do Estado e da instituição da Igreja. Esse período, no entanto, não foi uma etapa tranquila da história do Brasil, em parte por conta da grande crise financeira deixada pelo Império.
De modo geral, esse período é dividido em duas partes. A seguir, saberemos mais sobre cada uma delas!
República das Espadas
A República das Espadas compreende o período entre o início da República Velha, em 1889, e o ano de 1894. Essa denominação foi feita por conta dos presidentes (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) que caracterizaram o momento histórico. Ambos foram militares que governaram o país com ‘’mãos de ferro’’.
Durante esse período, foi promulgada a primeira Constituição da República Brasileira, em 1891. Além disso, a industrialização do país deu os seus primeiros passos também nessa época, com o investimento em novas tecnologias para o setor agrícola e também com a modernização e urbanização dos principais centros.
Outro fator interessante está no início da preocupação com questões sanitárias e de saúde. Foi nesse momento, inclusive, que Oswaldo Cruz aplicou as primeiras vacinas no povo brasileiro. Apesar disso, no entanto, o Marechal Deodoro não contava com grande apoio no Congresso e até mesmo entre os militares.
República Oligárquica
República Oligárquica é o nome dado ao período que se inicia com o fim do governo de Floriano Peixoto. Também marcado por revoltas e muita instabilidade, essa época contou com 10 presidentes diferentes.
A política dos governadores, prática que deu origem à denominação dessa etapa da história brasileira, teve início no governo de Campos Sales. Ela era caracterizada pela ‘’política do café com leite’’, que determinava a alternância entre governantes dos estados de São Paulo e Minas Gerais no poder.
Essa estratégia gerou muitos problemas internos com governantes de outros estados, que não conseguiam ascender politicamente. O principal caso se encontrava entre indivíduos do estado do Rio Grande do Sul, que se viam muito prejudicados por essa prática.
Características da República Velha
Esse período foi marcado por uma série de elementos que o tornam muito característico em meio a história de nossa nação. A seguir, confira algumas das características mais importantes do momento:
- alta desigualdade social;
- forte poder dos coronéis (voto de cabresto);
- domínio das oligarquias estaduais ligadas ao café e ao leite;
- trabalho majoritariamente rural;
- separação da Igreja e do Estado;
- instabilidade política;
- muitas revoltas e insatisfação de várias camadas populares (até mesmo os militares).
Presidentes da República Velha
Como vimos anteriormente, a República Velha foi um período em que 12 presidentes governaram. Eles foram os seguintes:
- Marechal Deodoro da Fonseca;
- Marechal Floriano Peixoto;
- Prudente de Morais;
- Campos Salles;
- Rodrigues Alves;
- Afonso Pena;
- Nilo Peçanha;
- Hermes da Fonseca;
- Venceslau Brás;
- Epitácio Pessoa;
- Arthur Bernardes;
- Washington Luís.
Esses governantes passaram por períodos importantes, como o nascimento da consciência social entre os operários e, até mesmo, eventos de importância global, como a Primeira Guerra Mundial (no governo de Venceslau Brás).
Revoltas da República Velha
O período da República Velha foi marcado por muitas revoltas e levantes, de origem popular e militar. A seguir, veremos quais foram os episódios mais emblemáticos:
- Revolta da Vacina;
- Revolta da Armada;
- Revolução Federalista;
- Guerra do Contestado;
- Guerra de Canudos;
- Rebelião dos 18 do Forte de Copacabana;
- Revolta de 1924;
- Revolta da Chibata.
Embora todos esses movimentos tenham sua importância para o período histórico, podemos destacar a Revolução Paulista de 1924, que originou a Coluna Prestes. Além disso, esse período foi fortemente marcado por greves operárias e outros problemas de cunho social.
Crise da República Velha
Muitos fatores contribuíram para a chegada da crise da República Velha. Confira, a seguir, os mais importantes:
- a queda do prestígio do café;
- revoltas tenentistas;
- avanço dos movimentos operários;
- crise da bolsa de valores de Nova Iorque (1929).
No entanto, o fator que mais contribuiu para os problemas com a República Velha foi, sem dúvidas, a crise sucessória da política do café com leite.
Fim da República Velha
Como vimos anteriormente, a crise internacional que ocorreu como consequência à Quebra da Bolsa de Valores, em 1929, afetou diretamente a produção e o comércio de café em nosso país. Assim, divergências surgiram até mesmo entre os cafeicultores, algo que prejudicou a dinâmica e causou conflitos internos no período.
Somado a isso, a insatisfação de comerciantes e produtores do sul se agravava cada vez mais. Os altos impostos e a falta de valorização do principal produto sulista, o charque, fizeram com que esse grupo ficasse fortemente insatisfeito.
Além disso, o atual presidente, Washington Luís, pretendia nomear outro paulista para sucedê-lo após o fim de seu mandato. Isso ia contra as regras da política de oligarquias, que demandava a alternância de poder entre paulistas e mineiros. O escolhido, nesse caso, foi Júlio Prestes.
Nesse contexto, surge Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul, como uma alternativa para o fim dessa política. Esse candidato, com o seu vice João Pessoa, foram apoiados até mesmo pelos mineiros. No entanto, João Pessoa foi assassinado e o poder foi tomado por Getúlio, em um golpe de estado que deu origem à Era Vargas.
Exercícios
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2 comments
Amei de coração!
Continuem com esse trabalho incrível, me ajudou superrr no meu trabalho de historildas. eu love voce que escreveu!!!!!!!!
BEIJOS DE LUZ
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