Revolta da Chibata: causas, consequências e mais!
Conhecer os eventos históricos do Brasil é fundamental para qualquer vestibulando. Afinal, essa é uma das disciplinas mais importantes para o vestibular e, sem dúvidas, uma das que mais causa confusão em suas questões. Dentro da matéria, as revoltas e conflitos brasileiros são, provavelmente, um dos temas mais temidos pelos estudantes.
Entre eles, podemos citar a Revolta da Chibata como um dos eventos mais particulares da história do Brasil e mais comumente cobrados nos vestibulares. Esse foi, inclusive, o tema de uma das questões do Enem 2018, o que demonstra a importância de domínio sobre esse assunto.
Não sabe muito bem o que foi essa revolta e precisa de mais informações para complementar e guiar os seus estudos? Sem problemas! A seguir, discutiremos esse evento de forma mais detalhada, abordando suas causas, características e consequências. Vamos lá? Boa leitura!
O que foi a Revolta da Chibata?
A Revolta da Chibata é um dos movimentos que marcam um período bastante conturbado de nossa história: a República Velha. Compreender suas causas, consequências e o contexto histórico em que esse evento ocorreu é algo fundamental para o estudo da história do Brasil.
Ocorrida em 1910, durante o governo de Hermes da Fonseca, a Revolta da Chibata foi uma resposta à repressão que ocorria nos setores militares navais, ou seja, na marinha. Aqui, mais de 1500 marujos se uniam contra as forças do governo vigente e contra a elite militar da época.
A seguir, discutiremos melhor os seus aspectos para que você consiga compreender quais foram os fatores que fizeram com que essa revolta eclodisse em um ambiente tão atípico quanto a marinha. Tudo pronto para aprender um pouco mais sobre história? Vem com a gente!
Revolta da Chibata resumo
Para compreendermos as causas da Revolta da Chibata, precisamos voltar um pouco na história e entender a estrutura militar brasileira na época. O Brasil era, naquele momento, uma nação relativamente jovem e com uma população altamente miscigenada, que havia passado recentemente por um período de alforria dos escravos e da abolição dessa prática.
Isso fez com que muitos marinheiros (também chamados de marujos) fossem ex-escravos que, por terem sido recentemente libertos, conseguiram uma colocação a bordo de navios da Marinha Brasileira. No entanto, a realidade nas embarcações não era muito diferente da vivida nos engenhos e fazendas de outrora.
O trabalho nos navios parecia nunca acabar e, além disso, os castigos físicos também eram parte da rotina. Não era incomum que oficiais (em sua maioria brancos e de elite) castigassem os marujos com chibatadas, penalizando-os por erros cometidos no exercício do ofício.
Quando os oficiais receberam um aumento considerável de salário, ao mesmo tempo em que as condições de trabalho para os marinheiros permaneciam extremamente precárias, algo mudou na mente dos marujos. Assim, eles resolveram fazer um protesto para reivindicar melhores oportunidades.
No entanto, a gota d’água se deu com o castigo de um dos marinheiros. Enquanto o número normal de chibatadas era 25, esse marujo foi açoitado 250 vezes, chegando a desmaiar durante a punição. Isso fez com que um motim ocorresse, liderado por João Cândido Felisberto.
O motim culminou na morte de dois oficiais da Marinha e também do comandante do Encouraçado Minas Gerais, navio que foi palco da Revolta da Chibata.
Onde ocorreu a Revolta da Chibata?
A Revolta da Chibata aconteceu ao longo de 4 dias, com início no dia 22 de novembro de 1910. O palco do conflito foi a cidade do Rio de Janeiro, que era, na época, a capital do Brasil.
A embarcação que serviu como cenário para a revolta foi o Encouraçado Minas Gerais (escrito também como Minas Gerais). Esse navio também foi importantíssimo em outros episódios de nossa história, como o bombardeio de Salvador e o patrulhamento das águas durante a Primeira Guerra Mundial.
Causas da Revolta da Chibata
Como mencionado anteriormente, a Revolta da Chibata foi um movimento que tinha como objetivo reivindicar o fim dos castigos corporais que os oficiais cometiam contra os marujos de suas embarcações. Assim, os manifestantes fizeram uma lista de solicitações, que incluía:
- a abolição das penalidades físicas (açoites e outros castigos);
- a melhora das condições de trabalho;
- o fornecimento de uma alimentação de melhor qualidade nos navios;
- a anistia para todos os marinheiros que participaram do levante.
Desfecho da Revolta da Chibata
As solicitações dos marinheiros foram devidamente aceitas pelo presidente, Hermes da Fonseca. Assim, a revolta foi encerrada no dia 26 de novembro, 4 dias depois de seu início.
O presidente, no entanto, não cumpriu com a sua palavra e ordenou que todos os marinheiros envolvidos fossem capturados. Assim, eles foram presos alguns dias depois da ordem e continuaram se revoltando dentro da prisão.
O desfecho da Revolta não podia ser pior. Além de bombardear a prisão, o governo e o exército confinaram os revoltosos restantes em solitárias, fazendo com que eles sufocassem até a morte. Desses marujos, apenas dois sobreviveram, entre eles João Cândido Felisberto.
Ao todo, foram mais de 200 mortos e 2000 expulsos do serviço entre os marujos, além dos condenados à realização de trabalhos forçados na Amazônia. Do outro lado, as mortes somaram cerca de 12 pessoas. O líder da Revolta foi absolvido posteriormente, mas foi permanentemente expulso da Marinha.
Consequências da Revolta da Chibata
Uma das principais consequências desse movimento no Brasil foi o despertar maior de uma consciência de classe e do empoderamento de pessoas marginalizadas na população da época. Com essa revolta, esses indivíduos levantam sua voz e denunciam os abusos cometidos contra eles por seus superiores.
Isso, a longo prazo, levantou debates sobre as condições de trabalho para essa classe. Até hoje os seus efeitos ressoam em nossas atitudes e no estudo da história do Brasil, como um marco na luta contra a opressão, a desigualdade e as péssimas condições de vida de muitos brasileiros.
Como podemos perceber, a Revolta da Chibata foi um evento fundamental para a história do Brasil. Para saber mais sobre essa e muitas outras manifestações que modificaram os rumos do país, confira o nosso Plano de Estudos exclusivo. Com ele, você se prepara para os principais vestibulares do Brasil!