Análise morfológica: o que é, como fazer e exercícios!

Quer aprender como fazer uma análise morfológica? Veja neste post o que é e como fazer!

Análise morfológica: o que é, como fazer e exercícios!

Nos estudos relacionados à Língua Portuguesa, estão incluídas a Fonética, a Morfologia, a Sintaxe e a Semântica, que analisam desde os menores elementos de significação da língua (os fonemas) à sua estruturação em relação a outras palavras na constituição de textos dos mais variados gêneros.

A análise morfológica é essencial nesse estudo, tanto para a resolução de questões do Enem e dos vestibulares quanto na produção e compreensão de textos. Por isso, acompanhe este texto e aprenda mais sobre o assunto. Vamos lá?

O que é análise morfológica?

Morfologia é o estudo da forma, da aparência de uma coisa. É fácil perceber que o texto é composto por palavras. Quando estudamos essas palavras isoladamente, isto é, na sua forma, estamos fazendo uma análise morfológica.

A diferença entre análise morfológica e sintática é que esta estuda a função que as palavras adquirem quando se relacionam com as outras na formação de frases, enquanto aquela cuida do estudo da natureza da palavra — sua formação e classificação.

Neste artigo, interessa-nos a palavra isolada, portanto, sua morfologia. Podemos separar as palavras da Língua Portuguesa em dez classes gramaticais:

Cada uma tem suas características próprias. O reconhecimento dessas características é o mesmo que fazer a análise morfológica das palavras, pois dessa forma pode-se nomear cada palavra do texto. Acompanhe o exemplo na frase a seguir:

Credo! Não é possível que uma pessoa de classe como você não aprendeu a primeira lição.

  • credo — interjeição;
  • não — advérbio de negação;
  • é — verbo;
  • possível — adjetivo;
  • que — conjunção;
  • uma — artigo;
  • pessoa — substantivo;
  • de — preposição;
  • classe — substantivo;
  • como — conjunção;
  • você — pronome de tratamento;
  • aprendeu — verbo;
  • a — artigo;
  • primeira — numeral;
  • lição — substantivo.

Observe que foram usadas as dez classes gramaticais no exemplo acima. Para fazer o reconhecimento dessa forma, é preciso saber as características de cada uma. É o que vamos fazer agora, de forma um pouco mais aprofundada.

Como fazer análise morfológica?

Para fazer uma análise morfológica, é preciso conhecer as classes gramaticais, como falamos, mas também é necessário analisar a palavra no contexto, já que algumas formas podem funcionar como pronome ou advérbio — muito, por exemplo — ou como substantivo ou verbo — jantar. Somente na frase é que podemos estabelecer a análise morfológica.

Adjetivo

O adjetivo é responsável por caracterizar ou qualificar um substantivo. Flexiona-se em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).

  • O parque é belíssimo.
  • A garota mais inteligente da sala é Samantha.

Substantivo

Podendo ser precedido de artigo, o substantivo é responsável por nomear os seres e as coisas. É por meio dele que damos nomes também a sentimentos, lugares, ideias etc. Substantivos são variáveis em gênero, número e grau.

  • A nota foi alta.
  • A alegria veio depois do resultado.

Verbo

Verbo é a classe mais complexa que você vai ver. Essa palavra é responsável por indicar ação, estado ou fenômeno da natureza. Na Língua Portuguesa, os verbos se flexionam em número, pessoa, tempo, modo e voz.

Tempo e modo

São três os modos, podendo se flexionar em tempos do presente, pretérito e futuro para situar o momento em que a ação ocorre:

  • o modo indicativo exprime certeza, afirmação: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais que perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito;
  • o modo subjuntivo relaciona-se a dúvida, incerteza: presente, pretérito imperfeito, futuro;
  • o modo imperativo indica ordem, conselho, e pode ser afirmativo ou negativo.

Número e pessoa

Também são três as pessoas do discurso, que podem se flexionar no singular ou no plural:

  • 1ª pessoa: eu, nós;
  • 2ª pessoa: tu, vós;
  • 3ª pessoa: ele, ela, eles.

Voz

O verbo pode se apresentar nas seguintes vozes:

  • ativa: o sujeito exerce a ação indicada pelo verbo. Exemplo: O casal cortou o bolo.
  • passiva: o sujeito sofre a ação indicada pelo verbo. Exemplo: O bolo foi cortado pela noiva.
  • reflexiva: o sujeito exerce e sofre a ação ao mesmo tempo. Exemplo: A menina cortou-se com a faca.

Advérbio

Essa é uma palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio. Veja nas orações a seguir, em que a palavra sublinhada tem seu sentido intensificado pelo advérbio muito:

  • Gabriela ficou muito entusiasmada com a viagem.
  • Choveu muito em Minas Gerais.
  • Ela fez muito bem em não discutir.

Artigo

O artigo define (o, a, os, as) ou indefine (um, uma, uns, umas) um substantivo. Sua importância na construção do sentido do texto é imensa, pois essa palavrinha introduz os temas. Veja a diferença:

  • Um aluno entrou na sala — trata-se de um aluno qualquer, ainda não apresentado.
  • O aluno entrou na sala — é um aluno específico, cuja identificação já deve ser conhecida do interlocutor.

Pronome

O pronome é uma palavra que substitui ou acompanha o substantivo. Também é uma classe complexa, que apresenta seis subdivisões:

  • pronomes pessoais: substituem as pessoas do discurso nas funções de sujeito (caso reto, apresentadas acima) e de objeto (caso oblíquo). Veja a diferença: “eu me amo, eu não consigo viver sem mim” (Ultraje a Rigor), em que eu é sujeito e me e mim funcionam como complemento;
  • pronomes possessivos: indicam a posse de uma pessoa do discurso em relação a um objeto, sentimento, ser etc.: meu, minha, teu, tua, seu, sua e suas variantes;
  • pronomes indefinidos: não especificam o termo a que se referem. São exemplos: algo, alguém, certo, muitos, tudo e nada;
  • pronomes demonstrativos: têm como função situar as pessoas do discurso em relação a lugar e tempo: este, esse e aquele e suas variantes correspondem a 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular;
  • pronomes relativos: retomam os substantivos, evitando que sejam repetidos na oração seguinte. O mais comum é o que, mas existem outros: o qual, onde etc.;
  • pronomes interrogativos: como o nome indica, são usados em frases interrogativas diretas e indiretas. Que dia é hoje? Quando é o Enem?

Numeral

É responsável por indicar a quantidade, ordem e posição dos seres e coisas.

  • Fui a primeira a ser chamada.
  • Medicina teve quarenta candidatos por vaga.

Preposição

É uma palavra que liga um termo a outro estabelecendo uma circunstância.

  • Vai de carro ou a pé?

Conjunção

Liga uma palavra ou oração a outra. Funciona como conectivo e estabelece relações importantes no texto.

  • Mary é tranquila, mas não é boba.

Interjeição

Essa palavra ou locução é capaz de transmitir emoções, como alegria, susto, alívio. Veja exemplos de interjeição:

  • Vixe!
  • Ufa!
  • Viva!
  • Meu Deus!

Análise morfológica: exercícios

1) Faça a análise morfológica das frases abaixo e confira se você aprendeu o que viu até aqui.

  1. Para o filósofo, tudo é relativo?
  2. Kênia mora no sexto andar.

A morfologia não é cobrada nos exames de forma isolada. Veja este exemplo de questão em que é preciso fazer a análise morfológica e ativar outros saberes sobre a língua:

2) (Fuvest 2013) A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos.

(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)

Dos seguintes comentários linguísticos sobre diferentes trechos do texto, o único correto é:

a) Os prefixos das palavras “imposição” e “imparcial” têm o mesmo sentido.

b) As palavras “postulado” e “crença” foram usadas no texto como sinônimas.

c) A norma-padrão condena o uso de “essa”, no trecho “essa opinião”, pois, nesse caso, o correto seria usar “esta”.

d) A vírgula empregada no trecho “e a difusão desses conhecimentos, a mais completa” indica que, aí, ocorre a elipse de um verbo.

e) O pronome sublinhado em “que os tornem” tem como referente o substantivo “termos”.

Podemos aprofundar a análise morfológica acrescentando os elementos que compõem as palavras, como os morfemas. Mas, por enquanto, atente à importância de conhecer as classes gramaticais e suas classificações e flexões. Elas são a base da língua!

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Respostas:

1)

  1. preposição, artigo, substantivo, pronome indefinido, verbo, adjetivo.
  2. substantivo, verbo, contração (preposição + artigo), numeral, substantivo.

2) d

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