Parnasianismo: o que é, características e mais!
Você já deve saber que estudar os principais movimentos literários é uma tarefa importante para qualquer estudante. No Brasil, o parnasianismo é um dos mais conhecidos, sendo relevante por estabelecer alguns fundamentos da história da literatura no país.
Pensando nisso, escrevemos este guia detalhado sobre o tema. Aqui, você aprenderá o necessário a respeito dessa corrente literária a fim de ajudar você a se preparar para a prova de literatura no Enem e também para outras avaliações onde o tema pode surgir.
Conhecer a tradição literária brasileira é também entrar em contato com a história de nossa nacionalidade e cultura. Vamos passar aqui pelas características principais dessa escola, além de trazer também um apanhado histórico para localizar e compreender a importância desse movimento. Vamos lá?
O que é parnasianismo?
No sentido mais amplo, esse termo é usado como referência a uma corrente literária que se inaugurou na França no final do século XIX. O parnasianismo teve grande repercussão em outros países ocidentais, produzindo ecos que eventualmente alcançaram o contexto brasileiro.
Ele pode ser localizado em meio ao realismo-naturalismo, quando pensamos nas estruturas literárias. Entretanto, vale ressaltar que o parnasianismo deve ser considerado como um movimento próprio, com características particulares. Vamos falar delas logo a seguir.
Características do parnasianismo
Existe uma expressão que resume bem o espírito do parnasianismo: “a arte pela arte“. Isso quer dizer que existe uma predominância do formato e da métrica como horizontes estéticos desses artistas.
Nesse sentido, o parnasianismo é um movimento predominantemente localizado no campo da poesia. Embora adote esse estilo poético, normalmente associado a abstração e a subjetividade, é curioso notar que se trata de uma literatura que busca a perfeição em sua escrita.
O objetivo dos parnasianos se realizaria na produção do poema ideal. Nesse caso, seria um texto estruturado em torno de regras como o número de versos utilizados, valorização da forma, escolha de palavras complexas e rimas ricas.
Ao mesmo tempo, esses poetas eram acometidos por uma necessidade artística de explicar a realidade e a condição humana a partir de seus versos, de uma maneira racional e apoiada no pensamento científico. Aqui vão algumas das características fundamentais desse movimento:
- variedade de palavras e termos;
- preocupação com a forma e métrica;
- uso de versos alexandrinos, formato clássico de escrita com 12 sílabas poéticas em cada verso;
- temas ligados a realidade e a história humana;
- ligação com o positivismo e pensamento científico;
- lema de produzir a “arte pela arte”.
Parnasianismo no Brasil
Apesar de ter se originado na França, essa tradição rapidamente se alastrou por outros povos do ocidente entre os séculos XIX e XX. No Brasil, tivemos representantes importantes que podem ser classificados como tal, sendo sua obra inaugural publicada no ano de 1882, por Teófilo Dias.
Autores do parnasianismo
Além de Teófilo Dias, identificado como pioneiro do movimento com sua obra “Fanfarra”, existem três outros autores brasileiros que sempre serão citados quando falamos em parnasianismo. Por isso, são conhecidos como a “tríade parnasiana”:
- Olavo Bilac;
- Alberto Correia;
- Raimundo de Oliveira.
Olavo Bilac é, sem sombra de dúvidas, o representante mais marcante desse período, que se estendeu no Brasil até a Semana de Arte Moderna na década de 20. Conhecido como “Príncipe Poeta” brasileiro, sua obra teve grande impacto na sociedade brasileira, sendo estudada até hoje por amantes da poesia e pesquisadores da literatura.
Contexto histórico do parnasianismo
Uma ferramenta útil de análise para você é localizar esse movimento dentro da história da literatura. Assim como qualquer tradição artística, ela se localiza em meio a um contexto social específico, que reflete e reproduz a realidade daquele período.
Como já dissemos, o parnasianismo está intimamente ligado a um tipo de pensamento predominante nessa época: um compromisso com a racionalidade e aposta na ciência como forma definitiva de análise.
Com o passar do tempo, esse ponto de vista passou a ser questionado, trazendo outros elementos para o campo artístico nesse diálogo com a realidade social. Vamos nos deter a seguir nos momentos anteriores e posteriores ao parnasianismo na história da literatura.
Parnasianismo como resposta ao romantismo
A tradição literária predominante antes do período parnasiano foi o romantismo. Isso quer dizer que tais poemas foram produzidos como resposta aos ideais românticos, outra tradição europeia que teve grande propagação em nosso país.
Por exemplo, o romantismo sempre se inspirou na ficção e na fantasia como maneira de criar suas narrativas. Não havia ali, portanto, o compromisso com a realidade que pautou a escrita parnasiana. Ao contrário disso, os textos eram escritos sempre tendo a realidade, factual ou histórica, como apoio.
Crítica ao parnasianismo pelo movimento modernista
As primeiras décadas do século passado trouxeram ao Brasil uma verdadeira revolução no campo artístico: o modernismo. Quando lemos os principais representantes dessa vertente, é possível ver claramente uma crítica ao parnasianismo.
Para os artistas modernistas, tal escrita era vazia de sentido, ainda que plena em sua forma. O espírito do modernismo foi criado em uma época de desconfiança da ciência e racionalidade como única forma confiável de explicar a realidade.
Os textos e outras obras desses autores eram carregados de ironia e crítica social, escapando do compromisso com a forma e a perfeição tão almejadas pelos parnasianos.
Como você pôde ver, aprender sobre o parnasianismo é mais do que estudar textos poéticos. Ao interpretar o significado do surgimento desse movimento, podemos identificar também os processos históricos de nossa sociedade, responsáveis por levar o mundo ao estado em que se encontra hoje.
Além da prova de literatura em si, o parnasianismo pode figurar como pano de fundo em questões de história e geografia, por exemplo. Esse é um reflexo de como os vestibulares têm seguido a fórmula do Enem, ao promover uma interdisciplinaridade como regra para estruturar a avaliação.
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