Por que devo estudar as charges para o ENEM?
Em 20 aplicações da prova, o exame somou 78 questões com charges e cartuns
Prof. Braian faz análises de 5 charges
O motivo é muito simples: em 20 aplicações de provas (ao todo temos 18 edições, sendo que na de 2010 e de 2015 tivemos duas aplicações do exame) o ENEM apresentou 78 questões que envolviam charges.
Na prova de 2005, por exemplo, que ainda tinha o molde antigo de 63 questões, o exame apresentou 7 perguntas que solicitavam a análise de charges. Ou seja, se você mandasse bem na interpretação desse material e acertasse todas as questões, você já teria mais de 10% da prova respondida corretamente. Muito bom, né?
Em relação ao formato atual de 180 questões, a edição de 2012 trouxe 10 perguntas com charges. Já pensou você ter segurança e certeza da resposta de 10 perguntas? É um número considerável.
Pois bem. Se você decidiu que vai separar um tempo no seu cronograma para se familiarizar com essa linguagem, lá vai a dica: charges do Garfield, Calvin e Hobbes, Frank & Ernest, Mafalda e Hagar são as mais utilizadas no ENEM.
Quer começar a treinar? Comece por elas. Nada melhor do que estudar um material direcionado, não é mesmo?
Lembre-se sempre que a charge e os cartuns são conteúdos artísticos geralmente acompanhados de alguma crítica em relação ao tema retratado. Elas são veiculadas pela mídia e apresentam vivências do cotidiano – importante se você quer estar por dentro das atualidades.
Confira abaixo a análise de 5 charges feitas pelo prof. Braian. Os conteúdos selecionados falam sobre o desemprego (problema amplamente abordado pela mídia), o papel das redes sociais ligados no acesso à informação e sobre o utilitarismo.
Como o material depende muito da interpretação subjetiva do aluno, dificilmente haverá certo e errado. A sugestão é que vocês vejam a imagem, tentem fazer a sua própria interpretação e depois compare os resultados – se precisar, é só completar.
“O trabalho é a solução dos problemas do mundo? Para Garfield, não é não! Além de o trabalho ser uma forma de dominação ao invés de libertação, John não põe em prática seu discurso: fala do trabalho, mas não está demonstrando o mínimo esforço”.
“Denúncia à exploração do trabalhador. O desemprego é um problema, assim como o excesso de trabalho. Muitas vezes, para ter renda, precisamos trabalhar à exaustão. Isso pode durar anos. Grande parte da população brasileira passa a maior parte da vida trabalhando sem, de fato, aproveitar a vida”.
“Há um trâmite para a internet passar a ter pacote de dados. Desse modo, quando o consumidor atingir o limite de uso, sua conexão cai ou ficará bem mais lenta. Essa é uma proposta que vai além do âmbito econômico: é uma medida política. Por meio da internet, sobretudo das redes sociais, as pessoas estão com maior acesso à informação e consciência política. Uma maneira de alimentar a ignorância seria, portanto, tornar a internet limitada”.
“Eis o problema do utilitarismo. Quando restringimos nosso pensamento apenas ao que apresenta utilidade imediata, barramos a oportunidade para avanços futuros. O mesmo vale para a educação. Filosofia, Sociologia, História, etc. podem não apresentar utilidade imediata, mas a longo prazo, são indispensáveis à integridade do coletivo”.
“Assim como a tirinha anterior, esta também ataca o utilitarismo. Focar demais nos resultados pode ser uma cegueira. Às vezes, compensa fazer uma pausa para refletir antes de agir. Repare que a pressa faz com que os homens puxem uma carroça com “rodas quadradas” e dispensam a “roda redonda”.