Redação do Enem: quais expressões evitar na redação!
Conheça alguns clichês que não são bem vistos pelos corretores
Não são apenas os erros ortográficos que prejudicam a sua redação. Você sabia que alguns termos e expressões não são muito legais de serem usados em seu texto? Queísmo, repetição de palavras ou generalizações podem ser exemplos disso.
Isso não quer dizer que sua linguagem deve ser erudita e rebuscada, muito pelo contrário, o que a banca examinadora espera de você é muita clareza (e consistência naquilo que você defende).
O texto deve ser o mais preciso possível, então não é bom usar expressões vagas. Os termos incertos podem gerar aquela sensação de não saber exatamente o que está sendo falado e as afirmações ficam mal fundamentadas.
Quando introduzimos o nosso texto com uma frase pronta, por exemplo, daqueles ditos populares, pode parecer falta de repertório e, até mesmo, de originalidade.
Para te ajudar a aproveitar as suas 30 linhas da redação do Enem da melhor maneira, separamos 5 dicas sobre o que evitar em seu texto. Confira!
1. Falta de precisão
A precisão vocabular é um dos fatores mais importantes na construção de uma redação. Ela consiste em passar uma ideia clara, precisa e com coerência, sem necessidade de utilizar palavras rebuscadas. Lembre-se: o segredo de uma boa dissertação continua sendo a simplicidade!
A simplicidade passada de uma forma clara, direta e que seus argumentos sejam fundamentados, é muito bem avaliada pela banca examinadora.
Agora, veja alguns exemplos de termos que você deve evitar empregar na sua redação, pois trazem um sentido muito vago sobre a sua ideia.
Antigamente
Começar uma frase com “antigamente” traz uma ideia muito vazia. É preciso questionar-se: “Antigamente quando? Há 50 anos ou antes de Cristo? “qual a data que tal evento realmente aconteceu?”
Se você não datar o período ao qual você está se referindo, fica muito difícil confiar nas suas ideias – além de parecer que você não sabe quando determinado evento aconteceu.
Hoje em dia
Quando se inicia uma frase com “Hoje em dia” surge muitas dúvidas, por exemplo: Hoje em dia quer dizer no período Contemporâneo ou nos dias de hoje mesmo? Esse termo, apesar de se referir ao tempo presente, deixa uma ideia pouco fundamentada e vaga.
O uso de frases prontas pode prejudicar, e muito, o desempenho da sua redação. Esse é momento de mostrar a a sua autenticidade, originalidade e pensamento crítico, evitando clichês.
Muitas sociedades
Outro grande problema de falta de repertório que aparece muito nas redações. O uso de “muitas sociedades” ou “muitos países” aparecem com o intuito de exemplificar – e isso também não é muito legal. Vamos te mostrar como pode acontecer:
“Muitos países possuem pena de morte e medidas radicais para punir a sua população”.
A pergunta que não quer calar é: quais países? É preciso nomeá-los. Sabemos, por exemplo, que a Indonésia é adepta da pena de morte para traficantes de drogas. Os Estados Unidos e a China também possuem essa medida para determinados crimes.
Portanto, o importante aqui é dizer claramente quais países ou sociedades que possuem determinadas ações.
A Sociologia defende que
Se você já usou essa frase, é melhor evitá-la agora que você já sabe. Na verdade, não é a Sociologia que defende, existem autores que são entendidos no campo da Sociologia que tem essa ideia. Por isso é importante citar o nome desse autor para basear a sua ideia.
Especialistas afirmam
Quais especialistas? Quem são eles? Qual a base teórica da pessoa que afirma esse tipo de coisa? E em que contexto ela fez essa afirmação? Essas perguntas servem também para quem costuma usar “Há quem diga que…”.
É preciso creditar a fonte corretamente para não correr o risco de falar algo equivocado ou se apropriar indevidamente de uma ideia.
2. Uso errado de conectores textuais
Nesse caso, é mais comum você errar sem saber que está errando. Portanto, cuidado ao usar algumas palavras, como:
Onde
O termo “onde” só deve ser usado para se referir a um local. Então, não usar esse termo para retomar alguma outra ideia, ok? Veja exemplos de como usar corretamente e incorretamente:
A casa da minha avó é onde eu encontro as melhores comidas do mundo. Nesse caso, estamos falando explicitamente de um lugar.
Quais são as modalidades
ondeseu filho é campeão? Modalidades não é um local, então o uso está errado.
No qual
Para usar o pronome relativo “qual” e suas flexões, o termo deve vir acompanhado de um artigo. “No” é a junção do termo em + o. Sendo assim, para essa expressão aparecer no texto, a frase deve exigir a preposição “em”.
Entenda na prática:
Esta é a casa na qual morei. Esta é a casa em que morei. Quem mora, mora EM algum lugar. Portanto, o uso está correto.
A pessoa
na qualmerece destaque é Maria. A pessoaemque merece destaque é Maria.
O certo nessa oração seria:
A pessoa que merece destaque é Maria. Ou seja, não aceitaria a flexão.
3. Expressões simplistas, generalizadas e de senso comum
Ninguém quer ouvir falar mais do que aquilo que é sempre dito. Um texto é bom quando faz a gente aprender coisas novas, interpretar os fatos de uma nova forma, conhecer um novo ponto de vista.
Então, evite ser simplista, ficar na zona de conforto da generalização e reafirmar o senso comum. Pesquise bastante e apresente sua versão mostrando que você domina o assunto a fundo.
Algumas expressões que podem empobrecer seu texto:
A população precisa se conscientizar
Essa, em específico, serve principalmente para a redação do Enem. Na proposta de intervenção, é importante você detalhar como isso será feito. Mostre como a medida deve ser feita, quem vai participar dessa ação e complete a sentença.
Viver em harmonia
Outra coisa que acontece bastante é falar em viver em harmonia. É muito esquisito você falar em viver em harmonia numa cidade. Política é justamente o embate saudável das ideias, ou seja, harmonia não existe em nenhum sistema político.
4. Uso de palavras “difíceis” sem conhecer a fundo o significado
Quer um exemplo disso que os alunos costumam usar? O termo hodierno. Ele se refere a tudo que é atual e pode ser usado como sinônimo de “hoje em dia” ou “atualmente”.
É muito importante buscar a clareza do texto e tentar fugir de palavras difíceis que a gente não conhece muito bem. Existem duas questões muito importantes nesse caso:
A primeira é que você nem sempre vai saber usar corretamente termos que não estão inseridos no seu vocabulário.
A segunda é que termos isolados podem prejudicar o texto. Suponhamos que você escreve uma redação inteira com um vocabulário médio, seguindo a norma culta padrão. De repente, você coloca três ou quatro termos bem rebuscados. Isso não combina e, muitas vezes, não agregam em nada no seu texto.
A dica é você manter o mesmo tipo de vocabulário o texto todo, de uma forma que a leitura flua e fique fácil a compreensão. Outra dica é evitar mesóclise, como “bebe-lo-ei” e etc.
5. Deixar ideias implícitas
O ideal é você sempre tomar o leitor como universal. Ou seja, escreva para o leitor que não conhece as suas referências.
No momento em que você defender uma ideia, é preciso explicá-la totalmente, sem deixar partes implícitas. Pode até ser que algo seja óbvio e faça todo o sentido, mas o corretor avaliará aquilo que estiver escrito, e não também o que você quis dizer – entende a diferença?
Sem dizer que, com ideias implícitas, o seu texto corre o risco de ficar incompleto e algumas dúvidas podem surgir. Fica difícil de compreender o contexto, não fica claro sobre o que aquele termo ou ideia se refere ou em que sentido ela foi usada.
Curtiu as nossas dicas? Então, você já pode treinar a sua escrita com nossos temas de redação. Além disso, que tal começar a se preparar para o Enem com nosso plano de estudos? Confira!