Redação pronta: Corrupção no contexto político brasileiro
Vai prestar o Enem e quer saber como você pode abordar os possíveis temas da redação? Então este texto é para você!
Vamos apresentar uma redação que teria uma nota mediana e mostrar, etapa por etapa, como fazer para corrigi-la e melhorá-la. Depois, a mesma redação estará pronta para você ver como fazer para tirar nota 1000!
Como as redações e sua qualidade têm a ver também com as relações estabelecidas com os textos de apoio, a coletânea do Stoodi foi usada na produção da redação modelo.
Redação mediana
Do latim “corrumpere”, a corrupção se define, atualmente, como o ato de usar dinheiro público de forma ilícita, se beneficiando. O brasil vive um momento de crise política justamente pela acentuada corrupção em que a classe política está envolvida e que não paga por isso legalmente, tirando da população o interesse em exercer a cidadania e suscitando a desesperança em resultados obtidos através dos votos.
Não é difícil perceber que o Brasil é um país considerado como sendo um dos mais corruptos do mundo, sendo que grande parte dos governadores, senadores, deputados e outros estão envolvidos em investigações de escândalos de corrupção. Isso gerou na população um sentimento de desinteresse, pois vários indivíduos acreditam que a situação não pode mudar. Assim, fica mais fácil a propagação de corrupção, uma vez que a população não está interessada e engajada o suficiente na fiscalização dura dos políticos elegidos por eles mesmo para governarem.
Além disso, vemos por meio das intenções de votos nulos e brancos que a população desacredita do voto como uma ferramenta de mudança social. No entanto, é claro que a corrupção está também no povo em diversas situações, inclusive quando alguém sonega imposto. Justamente por não seguirem as leis que políticos corruptos são considerados criminosos, mas grande parte das leis favorece esses indivíduos por fazerem parte de uma escala “mais alta” da sociedade.
Por conta disso, algumas medidas precisam ser tomadas e combater a corrupção no âmbito brasileiro. A primeira delas, é o poder judiciário ser mais rígido nos julgamentos, não liberando os julgados apenas porque são figuras públicas, pelo contrário, a rigidez servirá de exemplo aos cidadãos comuns, e evitará o cometimento de mais crimes corruptos, para que o Brasil se torne cada vez mais ético e politicamente justo. Como disse Niemeyer: “O primeiro passo é o mais importante para mudar uma nação”.
Análise da introdução
“Do latim “corrumpere”, a corrupção se define, atualmente, como o ato de usar dinheiro público de forma ilícita, se beneficiando. O brasil vive um momento de crise política justamente pela acentuada corrupção em que a classe política está envolvida e que não paga por isso legalmente, tirando da população o interesse em exercer a cidadania e suscitando a desesperança em resultados obtidos através dos votos.”
Logo no início, percebe-se a utilização de uma informação do texto motivador acerca da definição da corrupção. É uma boa estratégia iniciar o texto com uma definição, mas é preciso ter o cuidado de não mudar drasticamente de assunto após essa descrição. A tese também está presente, mas poderia estar mais clara.
A pergunta que fazemos é: Como assim a classe política não paga por isso? E que tipo de desinteresse a população tem? É imprescindível deixar o ponto de vista o mais claro e objetivo possível, evitando segundas interpretações. Por isso, a tese já deve ser detalhada para que haja relação entre ela e o restante do texto.
Sugestão de reescrita
Do latim, “corrumpere”, atualmente a corrupção política se define quando um ou mais governantes se aproveitam de seus poderes políticos e financeiros para se beneficiarem de alguma forma a partir de outras instituições, comumente envolvendo renda pública ou privada. Dentro do Brasil essa prática é amplamente conhecida e, por isso, vive-se um momento de crise política no qual os cidadãos e eleitores demonstram desinteresse pelo compreendimento mais profundo dos assuntos políticos que são necessários ao exercício da cidadania por meio do voto, bem como demonstram desesperança nas leis atuais, as quais possuem brechas com relação à punição da conduta corrupta.
Primeiro parágrafo do desenvolvimento
“Não é difícil perceber que o Brasil é um país considerado como sendo um dos mais corruptos do mundo, sendo que grande parte dos governadores, senadores, deputados e outros estão envolvidos em investigações de escândalos de corrupção. Isso gerou na população um sentimento de desinteresse, pois vários indivíduos acreditam que a situação não pode mudar. Assim, fica mais fácil a propagação de corrupção, uma vez que a população não está interessada e engajada o suficiente na fiscalização dura dos políticos elegidos por eles mesmo para governarem.”
O aluno apresenta um bom ponto argumentativo: o desinteresse popular por conta da corrupção política generalizada. Por isso, é importante sustentar esse posicionamento para que ele não fique amplamente pautado na opinião individual. Inserir repertório sociocultural é uma ideia recomendada, mas também aprofundar o ponto já trazido.
Sugestão de reescrita
Em primeiro plano, a percepção acerca da corrupção no contexto político do Brasil é claro. Tem-se como exemplo a Operação Lava Jato, que investiga, hoje, 51 políticos de diversos partidos sob a acusação de crimes de corrupção. Tal situação acaba acentuando a crise política no sentido de causar o desinteresse popular na atuação cidadã e democrática, já que o pensamento coletivo é de que a força e a vontade do povo não são suficientes para modificar um cenário amplamente atingido por ações ilícitas e que fogem ao papel central da democracia representativa: representar o coletivo de uma nação. Dessa forma, uma vez que não são fiscalizados seriamente pelo povo, os representantes e governantes sentem-se ainda mais livres para praticarem esse tipo de conduta.
Segundo parágrafo do desenvolvimento:
“Além disso, vemos por meio das intenções de votos nulos e brancos que a população desacredita do voto como uma ferramenta de mudança social. No entanto, é claro que a corrupção está também no povo em diversas situações, inclusive quando alguém sonega imposto. Justamente por não seguirem as leis que políticos corruptos são considerados criminosos, mas grande parte das leis favorece esses indivíduos por fazerem parte de uma escala “mais alta” da sociedade.”
Apesar de ter uma questão pertinente sobre os votos brancos e nulos, não há nada que possa mostrar essa quantidade. O ideal é trazer esse dado (com fonte) ou, então, achar uma estratégia de mostrar o oposto: o quanto os votos que são válidos também podem ser prejudiciais, dependendo de como tudo é feito.
Há um outro ponto: o aluno fala sobre a corrupção popular, porém essa argumentação não está favorecendo a discussão da corrupção política. É mais recomendado focar, então, na questão das leis, que é o trecho do parágrafo que fala diretamente sobre o tema proposto: Corrupção no contexto político brasileiro.
Sugestão de reescrita
Além disso, o problema também torna-se legal à medida que a fiscalização não é adequadamente feita através das leis existentes. Por consequência, uma série de recursos podem ser pedidos pelo réu que possibilitam, inclusive, reeleição, ou, em outra hipótese, estendem o processo ao longo de anos até que um resultado seja obtido. Ilustrando essa situação, tem-se o caso do senador Aécio Neves, aceito como réu no STF por corrupção, mas que após uma série de recursos, teve seu inquérito arquivado e concorre atualmente a senador em Minas Gerais, podendo ser o senador mais votado do estado. Assim, perpetua-se a cultura de eleger os mesmos candidatos e não investigá-los adequadamente, estruturando um esquema profundo de corrupção política.
Análise da conclusão
“Por conta disso, algumas medidas precisam ser tomadas e combater a corrupção no âmbito brasileiro. A primeira delas, é o poder judiciário ser mais rígido nos julgamentos, não liberando os julgados apenas porque são figuras públicas, pelo contrário, a rigidez servirá de exemplo aos cidadãos comuns, e evitará o cometimento de mais crimes corruptos, para que o Brasil se torne cada vez mais ético e politicamente justo. Como disse Niemeyer: “O primeiro passo é o mais importante para mudar uma nação”.
A proposta de intervenção apresentada possui agente, uma ação longamente descrita e um objetivo. Sobretudo com relação à ação, é importante não se perder dentro dela, explicitando de forma objetiva um meio para poder viabilizá-la na realidade. Além disso, a citação que referencia Niemeyer é, na verdade, de Oscar Wilde.
Não é recomendado encerrar o texto com uma citação, pois além de ficar sem explicação, ela toma linhas que poderiam ser usadas para o aprofundamento da proposta de intervenção. Por último e não menos importante: a proposta de intervenção deve vir relacionada de alguma forma ao tema e aos argumentos utilizados. Não precisam ser todos contemplados por ela, mas a relação precisa estar bem explícita.
Sugestão de reescrita:
Portanto, para minimizar o problema em questão, o Poder Judiciário, o qual é responsável pelos julgamentos, deve focar-se em aplicar a diminuição da possibilidade de recursos em caso de acusação de corrupção, por meio do exercício do rito sumário – que prevê tal dificultação -, com o claro intuito de diminuir as formas pelas quais um político pode ludibriar a lei para manter-se em esquemas ilícitos. Além disso, a população deve fiscalizar de maneira mais próxima os candidatos por meio de aplicativos já criados, como o Tem meu voto, com o objetivo de eleger pessoas mais transparentes e preparadas para governar o país.
Redação modelo:
Do latim, “corrumpere”, atualmente a corrupção política se define quando um ou mais governantes se aproveitam de seus poderes políticos e financeiros para se beneficiarem de alguma forma a partir de outras instituições, comumente envolvendo renda pública ou privada. Dentro do Brasil essa prática é amplamente conhecida e, por isso, vive-se um momento de crise política no qual o cidadãos e eleitores demonstram desinteresse pelo compreendimento mais profundo dos assuntos políticos que são necessários ao exercício da cidadania por meio do voto, bem como demonstram desesperança nas leis atuais, as quais possuem brechas com relação à punição da conduta corrupta.
Em primeiro plano, a percepção acerca da corrupção no contexto político do Brasil é claro. Tem-se como exemplo a Operação Lava Jato, que investiga, hoje, 51 políticos de diversos partidos sob a acusação de crimes de corrupção. Tal situação acaba acentuando a crise política no sentido de causar o desinteresse popular na atuação cidadã e democrática, já que o pensamento coletivo é de que a força e a vontade do povo não são suficientes para modificar um cenário amplamente atingido por ações ilícitas e que fogem ao papel central da democracia representativa: representar o coletivo de uma nação. Dessa forma, uma vez que não são fiscalizados seriamente pelo povo, os representantes e governantes sentem-se ainda mais livres para praticarem esse tipo de conduta.
Além disso, o problema também torna-se legal à medida que a fiscalização não é adequadamente feita através das leis existentes. Por conseguinte, uma série de recursos podem ser pedidos pelo réu que possibilitam, inclusive, reeleição, ou, em outra hipótese, estendem o processo ao longo de anos até que um resultado seja obtido. Ilustrando essa situação, tem-se o caso do senador Aécio Neves, aceito como réu no STF por corrupção, mas que após uma série de recursos, teve seu inquérito arquivado e concorre atualmente a senador em Minas Gerais, podendo ser o senador mais votado do estado. Assim, perpetua-se a cultura de eleger os mesmos candidatos e não investigá-los adequadamente, estruturando um esquema profundo de corrupção política.
Portanto, para minimizar o problema em questão, o Poder Judiciário, o qual é responsável pelos julgamentos, deve focar-se em aplicar a diminuição da possibilidade de recursos em caso de acusação de corrupção, por meio do exercício do rito sumário – que prevê tal dificultação -, com o claro intuito de diminuir as formas pelas quais um político pode ludibriar a lei para manter-se em esquemas ilícitos. Além disso, a população deve fiscalizar de maneira mais próxima os candidatos por meio de aplicativos já criados, como o Tem meu voto, com o objetivo de eleger pessoas mais transparentes e preparadas para governar o país.
NOTA FINAL: 960
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