Pós-graduação: diferenças entre stricto sensu e lato sensu
Em tempos em que a competitividade tanto no mercado de trabalho quanto no meio acadêmico é cada vez mais acirrada, é importante procurarmos alternativas em nossa graduação, que agreguem um diferencial ao currículo.
Com a criação de mais universidades e novas modalidades de bolsas, o Ensino Superior no Brasil ficou mais acessível. Sendo assim, buscar uma qualificação pós-graduação, seja lato sensu ou stricto sensu passa a ser essencial.
Escolher qual curso fazer na graduação pode ser uma tarefa difícil para alguns e menos trabalhosa para outros, porém, independentemente da situação, essa é uma escolha que requer seriedade e paciência acima de tudo.
Nesse sentido, definir se fará alguma pós-graduação e qual delas será também é uma decisão que demanda muita paciência e necessita de um estudo prévio. Desse modo, confira os perfis das modalidades de pós-graduação no Brasil, bem como suas diferenças.
Diferença entre lato sensu e stricto sensu
Ambos são cursos que têm como pré-requisito indispensável ter um diploma de graduação (seja qual for o curso) para fazê-los. Basicamente, a grande diferença entre eles está relacionada com as suas finalidades, bem como a distinta carga horária mínima exigida pelo Ministério da Educação – MEC para a conclusão de cada um.
Um curso lato sensu geralmente é planejado com o objetivo de aperfeiçoar o aluno para alcançar um patamar profissional específico, voltado majoritariamente para o mercado de trabalho.
Já o curso stricto sensu é um modelo de ensino pensado de forma a projetar o aluno para o seu desenvolvimento a um nível acadêmico, sendo mais comum o direcionamento do aluno para uma eventual carreira acadêmica.
Pós-graduação stricto sensu
Oferecido tanto em universidades públicas quanto nas particulares, é dividido em dois níveis acadêmicos: mestrado e doutorado.
O que é stricto sensu?
Stricto sensu é um curso de pós-graduação regulamentado pelo MEC, sendo encontrado nas modalidades mestrado e doutorado, com 1.200 horas de carga mínima e entrega de diploma na conclusão do curso. Cabe destacar que há alguns anos o stricto sensu era um pré-requisito para concorrer a uma vaga de professor em qualquer universidade pública do país, entretanto, hoje já não é mais.
Quais os cursos chamados stricto sensu?
Como descrito acima, são os cursos de mestrado e doutorado que se encaixam neste perfil de carga horária e que são regulamentados pelo MEC.
Mestrado stricto sensu
O mestrado stricto sensu é um curso que pode ser realizado logo após o término da graduação. Originalmente elaborado para ser concluído em até 2 anos, ele pode ser finalizado antes (desde que cumprida as 1200 horas mínimas) ou estendido (varia de acordo com as regras específicas do programa de pós-graduação).
Evidentemente nas universidades privadas ele é pago (salvo exceções de bolsas), entretanto, em todas as universidades públicas ele é gratuito, inclusive com a possibilidade de o aluno receber uma bolsa de estudos, isto é, o mestrando recebe para prosseguir com seus estudos e pesquisas.
Doutorado stricto sensu
O doutorado stricto sensu hierarquicamente falando está acima do mestrado, porém, ao contrário do que muitos pensam, o mestrado stricto sensu não é pré-requisito para a entrada no doutorado. Ou seja, mesmo sendo muito raro, é possível um estudante entrar para o doutorado sem antes ter realizado o mestrado.
Em relação à sua carga horária, é um curso planejado originalmente para ser concluído em até 4 anos, podendo ser tanto antecipado (respeitando as 1.200 horas) quando estendido (de acordo com as regras específicas do programa de pós-graduação).
O doutorado stricto sensu também é ofertado de maneira gratuita nas universidades públicas, com a possibilidade de o estudante receber uma bolsa enquanto realiza o curso. E ofertado nas universidades privadas mediante pagamento.
Processo seletivo
Não há um processo seletivo unificado para o ingresso na pós-graduação, como o Enem. Inclusive, há diferentes maneiras de seleção em uma mesma universidade, cabendo aos colegiados de cada área elaborarem seus processos seletivos.
Pós-graduação lato sensu
A pós-graduação lato sensu também é ofertada tanto nas universidades públicas quanto nas privadas, e é geralmente mais conhecida como curso de especialização.
O que é lato sensu?
É uma modalidade de pós-graduação concluída com 360 horas de carga mínima, também regulamentada pelo MEC em que ao final do curso o estudante recebe um certificado de conclusão.
Quais os cursos chamados de lato sensu?
São os cursos de especialização ofertados pelas universidades públicas e privadas, geralmente com a finalidade de qualificar o estudante visando sua carreira profissional.
Exemplificando, um aluno que forma em Engenharia Mecânica pode se especializar em projetos mecânicos, em que aperfeiçoará seus conhecimentos em desenho técnico e processos de fabricação de peças, direcionados para o mercado de trabalho.
Em relação a custos, neste caso as universidades públicas podem cobrar pelo curso lato sensu, ou seja, é bem mais comum encontrar especializações pagas do que na versão gratuita.
Processo seletivo
Igualmente ao processo seletivo stricto sensu, a lato sensu não tem uma seleção unificada, cabendo a cada programa estabelecer suas próprias regras de ingresso.
Ensino presencial e a distância
É possível realizar todas as modalidades de pós-graduação tanto presencialmente quanto online, entretanto, no Brasil, é mais comum encontrar cursos stricto sensu ofertados de maneira presencial.
Vale lembrar também que geralmente os cursos realizados a distância não são totalmente online, ou seja, o estudante precisa cumprir certa carga horária (mesmo que mínima) de forma presencial.
Portanto, após formar na graduação e resolver ingressar em uma pós-graduação, seja ela stricto sensu ou lato sensu, é fundamental que o estudante saiba quais são as diferenças entre esses cursos. Isso para que, dessa forma, faça a escolha certa e consiga se qualificar da maneira que mais se encaixa no seu perfil, não importando se é para o mercado de trabalho ou para seguir carreira acadêmica.
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