Oração subordinada: o que é, tipos e mais!

Você sabe o que é oração subordinada? Veja agora os tipos, exemplos e exercícios para dominar o tema para o Enem!

Oração subordinada: o que é, tipos e mais!

Estudar análise sintática e classificar períodos e orações pode parecer, dependendo da forma como o tema é tratado, uma atividade cansativa ou sem muita finalidade, certo? O que muitos estudantes não sabem é que o conhecimento da gramática da sua língua é fundamental para melhorar a escrita e a interpretação textual.

Neste post, você vai aprender o que é subordinação, a fim de identificar e classificar uma oração subordinada no período e entender a importância disso para redigir um texto claro e coeso. Preparado?

O que é oração subordinada?

Nos estudos relacionados à sintaxe, você aprende a organizar as palavras em frases para transmitir informações. Agora, imagine se, ao narrar uma experiência ou argumentar sobre um fato, você só pudesse usar períodos simples (aqueles que apresentam apenas um verbo ou locução verbal), mais ou menos assim:

  1. Sair de casa.
  2. Ter independência.
  3. Muitos jovens sonham.

Não seria mais produtivo reunir todas essas informações em apenas um período, estabelecendo relações entre elas?

  1. Sair de casa e ter independência é o sonho de muitos jovens.
  2. Muitos jovens sonham em sair de casa para ter independência.

Temos aqui exemplos de período composto formado por oração coordenada e subordinada. Na coordenação, as orações não dependem sintaticamente umas das outras: “sair de casa E ter independência”. A relação entre elas é demonstrada pela conjunção aditiva “e”, e a primeira pode ser usada sem a segunda.

Já na subordinação isso não ocorre. As orações de um mesmo período dependem sintática e semanticamente. Se uma parte for retirada, a outra perde o sentido: “é o sonho de muitos jovens”. O QUE é o sonho de muitos jovens?

Tipos de oração subordinada

Agora que você já entendeu como funcionam as relações de subordinação, veremos a classificação das orações subordinadas, que varia de acordo com a função sintática que ela exerce em relação à oração principal.

Oração subordinada substantiva

Como o nome indica, as orações subordinadas substantivas exercem função sintática referente aos substantivos, ou seja, aos termos da oração ocupados, geralmente, por nomes. São elas:

  • subjetivas;
  • objetivas diretas;
  • objetivas indiretas;
  • predicativas;
  • completivas nominais.

Oração subordinada substantiva subjetiva

Essa oração corresponde ao sujeito da frase. Você pode perceber isso nos exemplos, em que a oração subjetiva está em negrito:

  1. É desejável que você esteja presente.
  2. Quem com ferro fere será ferido.

Oração subordinada substantiva objetiva direta e objetiva indireta

Nesses casos, a oração que complementa o sentido do verbo ocupa o lugar de objeto (direto ou indireto, dependendo da transitividade do verbo). Veja as orações negritadas:

  1. Não quero que você viaje agora. (QUERER: verbo transitivo direto);
  2. Lembre-se de que o síndico já foi avisado. (LEMBRAR-SE DE: verbo transitivo indireto).

Oração subordinada substantiva predicativa

Como indicado, a oração predicativa atua como predicativo do sujeito e, geralmente, vêm com verbos de ligação:

  1. Você é quem trabalha mais aqui.
  2. “A Pátria é onde se está bem” (CEGALLA).

As orações em negrito correspondem a uma característica atribuída ao sujeito das frases, respectivamente “Você” e “A Pátria”. Substituindo-as por um adjetivo, fica mais fácil essa visualização:

  1. Você é trabalhador.
  2. A Pátria é aconchegante.

Oração subordinada substantiva completiva nominal

Nesse caso, é claro, é a função de complemento nominal que a oração vai ocupar. Lembre-se de que esse termo completa o sentido de um substantivo ou adjetivo na oração principal.

  1. O país é favorável a que ocorram tempestades.
  2. Tenho a sensação de que a prova não está nada fácil.

Favorável A QUÊ? Sensação DE QUÊ? A resposta a essas perguntas é dada pelo complemento nominal. No caso, pela oração completiva nominal.

escrevendo oração subordinada

Oração subordinada adjetiva

As orações adjetivas subdividem-se em restritivas e explicativas. A diferença é semântica, mas, na escrita, é perceptível pelo uso da vírgula. Veja os exemplos:

  1. Os animais que estavam doentes foram sacrificados.
  2. Os animais, que estavam doentes, foram sacrificados.

Em 1, APENAS os animais doentes foram sacrificados. Pressupõe-se que havia outros animais sadios. A ideia aqui é de restrição. Portanto, não se usa vírgula para separar oração subordinada adjetiva restritiva.

Em 2, TODOS os animais estavam doentes. Com essa explicação ou caracterização à totalidade dos animais, não restou um vivo. Usa-se vírgula para separar oração subordinada adjetiva explicativa.

Imagine que você é um pecuarista dono de milhares de cabeças de gado e recebe essa notícia pelo WhatsApp do veterinário. Percebe a diferença no uso da vírgula? Alguns milhares de reais!

Oração subordinada adverbial

Por fim, as orações subordinadas adverbiais ocupam o papel de advérbios, indicando circunstâncias em relação à oração principal, como:

  • causa;
  • comparação;
  • concessão;
  • condição;
  • conformidade;
  • finalidade;
  • proporção;
  • tempo.

Então, ao classificar esse tipo de oração, atente ao sentido que ela exprime em relação à ação principal da frase. Quer ver exemplos para entender melhor e fixar cada uma?

  1. Não fui à aula porque estava doente (causal).
  2. Estava feliz como se tivesse ganhado na loteria (comparativa).
  3. Estudei muito, embora tenha saído ontem (concessiva).
  4. Se ele falasse, seria vaiado pelo público (condicional).
  5. Cada um estuda conforme suas necessidades (conformativa).
  6. Estava chovendo tanto que eu nem saí de casa (consecutiva).
  7. Vou me esforçar para passar no vestibular (final).
  8. À medida que se vai cumprindo a matéria, fica mais fácil aprender (proporcional).
  9. Estou lendo este livro desde que começou o ano (temporal).

Além das conjunções e locuções conjuntivas sublinhadas acima, existem vários outros conectivos. Consulte uma boa gramática para saber mais e, assim, variar o uso nas suas produções textuais.

Exercícios de oração subordinada

Mais do que saber identificar orações subordinadas em questões de prova, é preciso fazer uso correto delas na sua produção de texto. Na redação do Enem, por exemplo, só atinge a nota máxima na competência I (que avalia a escrita), quem faz uso de estrutura sintática excelente — o que inclui elaborar com domínio total os períodos compostos, isto é, sem truncamento ou justaposição de orações.

Dito isso, é hora de resolver alguns exercícios e conferir se você entendeu a matéria! Os resultados estão logo ali, no fim da página.

1. Classifique as orações subordinadas grifadas, de acordo com a legenda:

A) substantiva

B) adjetiva

C) adverbial

( ) Viajamos quando ainda amanhecia.

( ) A tempestade foi tão forte que arrastou carros.

( ) A máquina mais complicada que eu conheço é a mente humana.

( ) Nunca pensei que gostaria de você.

( ) “Onde está a vela do saveiro que o mar engoliu?” (Jorge Amado).

2. (CEGALLA) Complete corretamente as frases com preposição + pronome relativo:

a) Pelos equipamentos ________ dispõe, este hospital é considerado o melhor do país.

b) A estátua da fonte é uma criança nua, _________ cabeça os passarinhos pousam.

3. Leia o trecho desta música e classifique as orações substantivas grifadas:

Meninos e meninas

(Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá)

Quero me encontrar

mas não sei onde estou.

Vem comigo procurar algum lugar mais calmo

longe dessa confusão

e dessa gente que não se respeita.

Tenho quase certeza que eu não sou daqui.

Acho que gosto de S. Paulo

e gosto de S. João

gosto de S. Francisco

e S. Sebastião

e eu gosto de meninos e meninas.

Esperamos que esta leitura tenha sido muito proveitosa e que você tenha compreendido o que é uma oração subordinada e sua importância na construção de textos coesos! Se quiser acompanhar nossos conteúdos, conheça o Plano de Estudos Stoodi! Assim, você não perde nenhuma matéria e se garante no Enem!

Respostas:

  1. CCBAB;
  2. a) de que; b) em cuja;
  3. Oração subordinada objetiva direta: me encontrar/onde estou/gosto de S. Paulo; oração subordinada substantiva objetiva indireta: de que eu não sou daqui; oração subordinada adjetiva: que não se respeita.
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